Cem Anos

sexta-feira, junho 20, 2008

Belo pássaro de plumagem azul imponente

O belo pássaro de plumagem azul imponente cantava de uma forma tão melodiosa que encantava quem quer que o ouvisse sempre tão afinado sempre tão pujante e eu fui encantado até ele e deleitei-me extasiado maravilhado ouvindo-o num suave transe de prazer e fiquei muito tempo ouvindo-o escutando-o deixei-me viajar na sua música percorri todas as notas da sua melodia permiti que me transportasse para ambientes quentes que me acolhiam e acariciavam e logo regressava para mais uma viagem agora nas asas do seu chilreio agora para paisagens brancas onde se ouviam delicados flocos de neve a dançar tentando ludibriar a fatal gravidade antes de pousarem com um suave plim e engrossarem o manto de alvura silenciosa e de repente a melodia do belo pássaro imponente levava-me noutra viagem para montes e vales e bosques de verde e para rios de azul que serpenteavam entre rochas de granito aquecidas e iluminadas pelos áureos raios do sol e eu não sabia já se era o sol ou a terna música do pássaro azul que me aquecia agora o peito e aproveitando uma breve pausa perguntei ao imponente pássaro de bela plumagem, Porque cantas tu amigo pássaro se tens lindas asas azuis mas estás confinado a esta gaiola dourada porque cantas tu se vês os teus irmãos cruzar os céus mas não podes voar com eles porque cantas tu se do mundo só podes conhecer esta jaula claustrofóbica porque cantas tu amigo pássaro? E ele olhou-me como se tivesse pena de mim e respondeu-me, Porque deixaria de cantar se me está na alma? E eu achei aquela resposta tão bonita mas ao mesmo tempo tão triste que me comovi e comecei a chorar e ele perguntou-me, Mas tu que não estás confinado a nenhuma gaiola dourada tu que podes cruzar os céus em liberdade tu que podes conhecer o mundo porque choras tu? E eu olhei-o com pena e respondi-lhe,

Porque deixaria de chorar se me está na alma?